sábado, 22 de novembro de 2014

Manifesto de um Brasileiro



Já se passaram vários meses sem que eu digita-se nenhuma palavra sobre temas ligados a política, ou mesmo qualquer outro tema. Isso é fruto de um pacto meu, pessoal, de não escrever nada em época de eleição. Observei, nesse período tudo que acontecia e se passava sobre política. Tivemos os dois turnos das eleições em que nunca antes na história desse país, campanhas políticas embasadas em estratégia de marketing político de quinta categoria levaram os temas abordados mais para o campo das baixarias e acusações com mentiras deslavadas e descabidas, sempre visando como estratégia, apenas desqualificar o adversário do que construir propostas e um planejamento de governo para o pais, fato este principalmente partindo por parte da situação, governo do PT de Dilma Roussef, atual e eleita presidente. Com o resultado das eleições mantendo grande parte do Congresso Nacional sem mudanças, novos nomes, e Dilma Roussef e o PT no comando do país. Ficou provado que a onda mudancista não passava de estratégia de marketing dos próprios políticos envolvidos na disputa presidencial e que, o eleitor, o povo, esteve mais para conservador do que progressista, o que prova por sua vez que a onda para implantar um regime socialista no país não tem e não teve o espaço desejado por aqueles que tiveram a intenção de implantar o comunismo no país. Espero mesmo que o povo Brasileiro tenha entendido que já se passaram vinte e cinco anos da queda do muro de Berlim e um pouco mais do fim da União Soviética que detinha o comunismo por boa parte da Europa, fato este que significou a falência do Regime em detrimento dos interesses e o direito a, e pela busca das liberdades individuais, como também, pela necessidade de ampliação e exploração de amplos e novos mercados regidos por seus próprios fatores. Espero mesmo que a Própria presidente Dilma Roussef e seu Partido, o PT, também tenham exato entendimento de que o Brasil necessita de avanços na área social na busca de uma melhor distribuição de renda, mais oportunidades no mercado de trabalho para a população, boa condução da economia buscando desenvolvimento a fim de suprir as necessidades do país, como também, a busca da ampliação de novos acordos comerciais no sentido da ampliação de novos e necessários mercados no âmbito do comércio exterior. Isso significa que precisamos estar sempre buscando o desenvolvimento do pais, e para tanto, precisamos nos focar mais para nossos próprios interesses, mesmo que por muitas vezes, tenhamos que sobrepor nossos interesses aos interesses de nossos parceiros comerciais atuais, e quanto a isso, estou falando de economia de mercados e não de comunismo. No âmbito do mercado interno, temos inflação indesejada,  significando descontrole e má administração no âmbito da coisa e contas públicas, sendo o principal fator, no meu modo de ver, do pífio baixo crescimento econômico. Eu não tenho receitas, mas espero como eleitor, que mudanças ocorram no sentido de melhor conduzir os reais interesses do país. Faço aqui, minha crítica exercendo meu direito a liberdade de expressão e cidadania esperando sempre para o futuro, dias melhores.

sábado, 17 de maio de 2014

A inflação como promessa eleitoral


Inflação disparada virou bandeira política e promessa eleitoral. Em campanha pela reeleição, a presidente Dilma Rousseff e seus trapalhões esconjuram toda proposta de conter a alta de preços e conduzi-la a um nível mais civilizado e mais compatível com os padrões internacionais. Baixar a meta de inflação produzirá desemprego, arrocho salarial e recessão, disse o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, segundo a Folha de S.Paulo. Alguns dias antes, sua chefe, a presidente da República, havia criticado a proposta de baixar o alvo para 3%, como se essa fosse uma receita certeira para levar o desemprego a uns 8% ou até mais. A propósito, a desocupação no Brasil está mesmo na faixa de 5%, como indica a pesquisa tradicional do IBGE, limitada a seis regiões metropolitanas, ou na de 7%, como apontou Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) contínua, realizada em 3.500 municípios?
Prometer inflação elevada para conquistar ou manter eleitores pode parecer muito estranho a quem desconhece o Brasil. Mas espanta muito menos quando aumenta a familiaridade com o País. Afinal, se o ministro do Esporte promete aos visitantes um ambiente pelo menos tão seguro quanto a guerra do Iraque, os padrões de normalidade geralmente aceitos deixam de valer. Essa convicção se reforça quando o chefe da Casa Civil confirma e defende o represamento de preços, para conter a inflação, e é desmentido um dia depois pelo ministro da Fazenda.
Admitindo-se boa fé, só uma escandalosa ignorância da economia internacional, e até da sul-americana, pode explicar a paixão da troupe de governo por uma inflação em torno de 6%. Sim, em torno de 6%, porque esse tem sido o padrão brasileiro a partir de 2008.
Nesses anos, os preços agrícolas subiram e desceram nas bolsas internacionais e o real oscilou no mercado cambial. Ninguém pode seriamente atribuir a inflação nesse longo intervalo - resistente e quase constante - a choques desta ou daquela categoria de preços ou a impactos do câmbio.
A alta de preços em 12 meses pouco variou nesse período. Diminuiu por intervalos muito breves e mais de uma vez bateu no limite da margem de tolerância, 6,5%.
Na medida gregoriana, o produto interno bruto (PIB) cresceu rapidamente só em 2008 (5,2%) e em 2010 (7,5%, depois de uma recessão). Nos outros anos o resultado foi miserável: contração de 0,3% em 2009 e expansão de 2,7% em 2011, apenas 1% em 2012 e 2,3% em 2013, mas este número ainda será revisto. Com o novo cálculo da produção industrial, o aumento do PIB poderá ficar um pouco maior, mas com certeza continuará abaixo de medíocre.
Apesar da pífia expansão econômica, a inflação anual pouco mudou e permaneceu muito acima dos níveis observados em outros emergentes. O Brasil é uma raridade no quadro internacional, com essa combinação de baixo crescimento econômico e rápido aumento de preços. A diferença entre a inflação brasileira e as taxas observadas em outras economias é um permanente fator de desajuste cambial. Qualquer pessoa medianamente informada é capaz de reconhecer esse fato - menos, é claro, o governo brasileiro e uma parte do empresariado industrial.
Empresariados vivem cobrando câmbio mais favorável, como se alguma taxa cambial servisse, por mais que alguns meses, para compensar a baixa produtividade - tanto empresarial quanto sistêmica -, os custos elevados dentro e fora da fábrica, a insuficiente inovação e outras desvantagens. Em contrapartida, raramente um líder empresarial pressiona as autoridades para conter e tornar mais eficiente o gasto público ou para combater com mais eficiência a alta de preços.
Com a política centrada no estímulo ao consumo e na distribuição seletiva de benefícios fiscais e financeiros, nada mais previsível que a estagnação da indústria e seu enfraquecimento diante da concorrência externa. A participação das importações no consumo de bens industriais alcançou um novo recorde no primeiro trimestre deste ano, 22,5%. No começo de 2007 estava em 17%. Subiu até 20% no fim do ano seguinte, caiu até 15,9% no começo de 2010 e voltou a subir. Não se trata, convém sempre lembrar, do efeito de uma abertura maior da economia brasileira, uma das mais protegidas do mundo, mas do resultado de uma ineficiência cada vez mais danosa.
A redução do emprego industrial é um desdobramento dessa história. Em março, o número de assalariados na indústria foi 0,2% maior que em fevereiro, mas 1,9% inferior ao de um ano antes. De janeiro a março o total foi 2% menor que no primeiro trimestre de 2013.
A combinação de inflação elevada, destruição dos empregos mais decentes, aumento de juros e redução de alguns estímulos seletivos já se reflete no consumo. Em março, o comércio varejista restrito vendeu 1,1% menos que um ano antes. As vendas do varejo ampliado (com inclusão de veículos, autopeças e material de construção) foram 5,7% inferiores às de março de 2013. A mágica do consumo perde força.
O PIB do primeiro trimestre ainda será divulgado, mas o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgado na sexta-feira, reforça a avaliação de um quadro muito ruim. Esse indicador diminuiu 0,11% de fevereiro para março. No primeiro trimestre foi apenas 0,3% maior que nos três meses finais de 2013 e 1,02% superior ao de janeiro a março do ano passado. O aumento acumulado em 12 meses ficou em 2,11%. Todos os números apontam uma desaceleração a partir do fim do ano. Nesta altura, o governo   deve torcer pela mera repetição do mau resultado de 2013. Mas a fórmula para fortalecer a economia nos próximos anos é bem conhecida no Palácio do Planalto: mais do mesmo, com o cuidado especial de manter a inflação elevada.





Comentário de Eduardo Cseny:  Gostei do artigo do Rolf, mas eu pessoalmente acho cedo para tirar conclusões . Entendo que inflação de 6% é alta e que os descompassos repetidos na economia, levam a pífios índices de crescimento. Agora quanto a meta de 3% de inflação, é o que precisamos, mas o Candidato do PSB ainda não apresentou seu planejamento para a economia, suas metas e como fará para corrigir as eventuais distorções que se apresentam. Quero crer que tem soluções para atingir o objetivo sem causar recessão e seus danos a economia do país.

domingo, 11 de maio de 2014

A economia repetida como farsa



Bem-vindos de volta aos anos 50, ou, melhor, bem-vindos ao arremedo dos anos 50, a história repetida como farsa. As professoras do curso primário ainda apresentavam o Brasil, naquele tempo, como "um país essencialmente agrícola", apesar da onda de mudanças – a criação recente da grande siderurgia, a fundação da Petrobrás, a organização do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico, a expansão das fábricas de bens de consumo e a bandeira da industrialização acelerada. Hoje, como há seis décadas, a exportação depende dos produtos básicos. De janeiro a abril deste ano, só essa categoria proporcionou uma receita maior que a de um ano antes. Esse faturamento, US$ 33,91 bilhões, foi 4,2% superior ao dos primeiros quatro meses de 2013. Ao mesmo tempo, recuaram as vendas de industrializados. Também como nos tempos de Getúlio e JK, incentivos especiais e esquemas de proteção comercial são usados para favorecer a indústria local. Mas essa indústria há muito tempo deixou de ser nascente, a substituição de importações perdeu sentido e muitos países naquele tempo subdesenvolvidos tornaram-se potências dinâmicas e competitivas.
Na repetição farsesca dos anos 50, o governo atribui à oposição o desejo de privatizar a Petrobrás, quando a privatização de fato é promovida pelo grupo no poder, ao aparelhar, lotear e submeter as estatais a interesses partidários e pessoais dos governantes e de seus aliados. Esse mesmo padrão de comando levou a Petrobrás a negócios desastrosos, prejudicou sua receita, dificultou seus investimentos, converteu-a na empresa mais endividada do mundo – como noticiou a imprensa internacional – e corroeu seu valor de mercado. Tudo isso bastaria para compor uma história de incompetência, irresponsabilidade e abuso, mesmo sem o complemento das suspeitas de pilhagem, das prisões e da investigação criminal.
Na farsa do retorno aos anos 50, a sexta ou sétima economia mundial aparece em 22.º lugar entre os exportadores e só escapa de uma posição mais humilhante graças ao agronegócio e a um setor de mineração ainda com sinais de vitalidade. A nova pesquisa da indústria, recém apresentada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com universo mais amplo e ponderação atualizada, serviu principalmente para confirmar as más condições do setor. Pelas novas contas, a produção industrial cresceu 2,3% em 2013, quase o dobro da taxa indicada pelo velho critério, 1,2%. Mas esse crescimento mal bastou para compensar o recuo do ano anterior, 2,3%.
Pelas novas contas, a produção de bens de capital – máquinas e equipamentos – também continuou em crise, com redução de 11,2% em 2012 e expansão de 11,3% no ano passado. No primeiro trimestre deste ano, as fábricas desses bens produziram 0,9% menos que entre janeiro e março de 2013. Esses dados confirmam a pouca disposição dos empresários de ampliar e modernizar a capacidade produtiva e tornam risível, mais uma vez, a promessa oficial de avanço econômico puxado pelo investimento.
Nos anos 50 o presidente Juscelino Kubitschek instalou uma administração paralela – os grupos executivos – para cuidar da implementação do Plano de Metas. A alternativa, segundo a avaliação da equipe de governo, seria atrasar o plano para reformar a máquina federal. Pode-se discutir se um caminho intermediário seria possível, mas um dado é inegável. No fim de cinco anos, a maior parte das metas havia sido alcançada: a industrialização havia avançado e uma nova capital havia sido plantada no centro do País.
Sobraram custos importantes e pressões inflacionárias, mas o governo seguinte, com alguma competência, poderia ter realizado os ajustes. Não se pode culpar JK nem pela renúncia de Jânio nem pelo desperdício de oportunidades na gestão de João Goulart, incapaz de sustentar politicamente a dupla Celso Furtado-San Tiago Dantas e garantir a execução do Plano Trienal.
Na reprodução em forma de farsa, o planejamento foi alardeado na retórica e abandonado na prática. Nem se planejou, nem se reformou a administração, nem se buscaram alternativas para maior eficiência. Falar em produtividade do setor público foi estigmatizado como discurso neoliberal. Escolheu-se como política a distribuição de postos a companheiros e aliados, tanto na administração direta quanto nas autarquias e empresas. Ao ocupar o Palácio do Planalto, em 2011, a presidente Dilma Rousseff prometeu cuidar da qualidade da gestão federal. Nunca deu um passo para isso.
A farsa da repetição teve improvisação no lugar do planejamento, distribuição arbitrária de benefícios, excesso de gastos, promiscuidade entre Tesouro e bancos oficiais, interferência desastrada na formação de preços e muito mais estímulo ao consumo do que à produção. Um déficit em conta corrente próximo de 3,5% do PIB, bem maior que o investimento estrangeiro direto, foi uma das consequências. Outro resultado importante, além, é claro, da estagnação industrial, foi uma inflação sempre na vizinhança de 6% ao ano, muito acima da meta, 4,5%.
Em abril, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,67%. O governo pode apontar uma melhora, depois da taxa de 0,92% em março. Mas uma alta de 0,67% ao mês corresponderia, em um ano, a 8,34%. O acumulado efetivo em 12 meses ficou em 6,28%, muito perto do limite de tolerância (6,5%). Em outras economias emergentes, bem mais dinâmicas, a alta de preços tem raramente superado 3%. Mas o quadro da inflação brasileira pode piorar, com a descompressão de preços contidos politicamente e nenhum esforço do governo para conter seus gastos.
Há, no entanto, pelo menos uma boa notícia. Segundo o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, os torcedores ingleses podem vir tranquilos para a Copa da Fifa. Não haverá, garantiu, perigo maior que o enfrentado pelos soldados britânicos no Iraque. Faltou explicar se os torcedores deverão vir armados, como os militares enviados à guerra.


sábado, 3 de maio de 2014

A Farsa das CPIs sobre a Petrobras



 Eduardo Cseny  -  de  São Paulo  -  



Já passados algumas semanas com o tema nas pautas da Imprensa e do Congresso Nacional, e também com interferência do Poder Executivo de acordo com seus interesses que obviamente não são necessariamente os interesses da sociedade civil, que primam pelos interesses da boa administração dos negócios da Petrobras. Ocorre que disputas aconteceram no âmbito do Congresso Nacional para barrar a CPI no Senado. O governo obstaculizava através da base de apoio e diretamente pelo presidente do Senado que defende os interesses do Governo Federal acima da razão, do bom senso, da verdade e daquilo que é tido como certo se o assunto tivesse conotação dos reais interesses do país em contrapartida aos puramente interesses políticos partidários daqueles quem detém o poder. O Assunto foi se arrastando até a Oposição que é minoria no congresso levar o caso ao STF (Supremo Tribunal Federal) que deliberou através de decisão da Ministra Rosa Weber, pela concessão de liminar em favor do direito das minorias em cumprir a função Constitucional de fiscalizar o Poder Executivo com instalação de CPI  exclusiva para assunto específico. Queria porém a base aliada do Governo estender a CPI a investigação de outros temas mais ligados a esfera de Estados como: apuração do escândalo ligado ao cartel de empresas que prestam serviços e produtos ao Metrô e trens de  São Paulo e serviços e obras do porto de SUAP no governo de Pernambuco. Enfim, a manobra não deu certo, vejam bem: outra manobra do presidente do congresso Renam Calheiros em conluio com o presidente da câmara dos deputados, resultou na instalação de duas CPIs. Uma no Senado e Outra na Câmara dos Deputados para tratar do mesmo assunto. O Governo Federal não teve nenhum interesse na instalação de uma CPI mista que envolvesse as duas casas num só evento para o Tema. Ora, porque duas CPIs tratando do mesmo tema e, ao mesmo tempo? Eu mesmo respondo a essa pergunta: para um criar fatos que amenizem outros fatos apurados pela outra casa e vice versa, ou seja, fugir da atual e fatídica tradição do governo atual do PT em criar CPI que eles mesmos chamam de chapa branca (o governo tendo a maioria nas duas Casas do Congresso Nacional, tem então, o direito em eleger a presidência e a relatoria das CPIs e escolher a maioria dos membros que são ou serão membros da base de apoio ao Governo, portanto, a sociedade civil querendo ou não, de forma mais ou menos disfarçada, não passará de duas farsas para apurar absolutamente nada que comprometam o governo, tornando tudo numa verdadeira Pizza como foi a CPI do caso do escândalo Cachoeira. A oposição, que é minoria, sabe que não tem forças para se sobressair diante desses fatos, mas cumpre seu papel e aproveita para aparecer nas pautas da imprensa ascendendo os holofotes. Uma pena termos a certeza que tudo que se passa em Brasília sobre as escabrosas denuncias sobre má administração e desvios de recursos da Petrobras que sabemos que existiram e obviamente beneficiaram terceiros, sejam eles quem forem, não serão apurados e devidamente punidos, a não ser um ou outro laranja.

domingo, 27 de abril de 2014

São Paulo hoje em dia



Eduardo Cseny  -  de São Paulo  -



Tempos difíceis são os mais recentes e atuais no cenário político e social aqui em Sampa, são erros e mais lambanças que obviamente não são simples malfeitos, alguns são crimes mesmo, outros imbecilidades eleitoreira. Vou começar pela extinção do contrato de prestação de serviços da Controlar, pelo Prefeito Fernando que fazia vistorias nas condições de adequada funcionabilidade dos automóveis na cidade. Pois bem: ocorre que as vistorias eram feitas com o objetivo de diminuir os índices de poluição na cidade e isso é pura saúde pública que comprovadamente diminuía os índices de mortalidades decorrentes por poluição. Senhoras e Senhores: ocorre que, nenhuma outra empresa, nenhum outro serviço foi providenciado pelo prefeito de Sampa para substituir a Controlar. Considero esse fato nada mais, nada menos que um crime contra a saúde pública e a própria vida dos moradores da cidade de São Paulo. Pode o Prefeito apresentar os argumentos que forem, como já o fez através da imprensa, que nada, mas nenhum argumento apresentado leva no sentido lógico e racional para tamanha imbecilidade cometida que não seja apenas pura demagogia para pagamento de promessa eleitoral para com seus eleitores. E o pior é que ainda há aqueles que votaram nele que aplaudem tal tomada de decisão, a final de contas, burros e imbecis que pensam apenas na economia da quantia que desembolsavam para pagar a taxa de inspeção veícular existem em qualquer lugar, e na cidade de Sampa não é diferente. Nesse interim temporal, também foram implantados corredores exclusivos para os ônibus espalhados e tomando conta da malha viária principal da cidade. Necessário sim, indicando uma clara e objetiva mudança no modal de transportes da cidade, mas, vejam bem: Ao longo dos muitos passados anos na cidade de São Paulo, o modal de infra-estrutura em transportes era outro e simplesmente administrações que não foram eficientes no sentido de planejar e implantar uma malha viária que viesse a atender as necessidades da maior metrópole da América Latina, incansavelmente  sucederam e o que temos hoje é o caos viário na cidade. Ora Senhoras e Senhores: não adianta simplesmente mudar o modal de transportes visando apenas a demagogicamente puxar o saco de uma fatia do eleitorado com óbvios fins políticos. Tal problema requer tomada de decisão no sentido em atender a todas as camadas da sociedade que se servem da malha viária da cidade, e, para tanto, são precisos vultuosos investimentos no setor e profundas intervenções no modelo físico da malha viária para resolver tal questão. È preciso aumentar substancialmente a malha viária, incrementar o transporte público, mas, vejam bem: dentro do contexto não podemos nunca esquecer que os direitos são exatamente iguais para todos que se servem da malha viária. Diferente disso, entendo como simplesmente não resolver problemas de nenhuma espécie no setor de infra-estrutura em transportes urbanos na cidade. Resta saber se a cidade dispõe de recursos para tanto. No Mais, é pura demagogia política e significa que apenas estamos empurrando o problema com a barriga. Opa! Tem mais! Tem corrupção na esfera estadual no caso das empresas que atendem o metro e trens na cidade. Isso precisa ser devidamente apurado e os políticos que eventualmente vierem a estar envolvidos no escândalo devem ser exemplarmente punidos no rigor da lei pelos crimes cometidos, sejam eles do PSDB o outro partido qualquer. A propósito quem é o Prefeito da cidade de São Paulo hoje em dia é Fernando Haddad do PT. E a política na cidade segue sem ser incomodada pelos reais interesses da sociedade paulistana, e a imprensa ó! Só pauta por ocasião.

domingo, 6 de abril de 2014

Esquemas ardilosos




A polêmica decisão do presidente do Senado, Renan Calheiros, de transferir para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa a responsabilidade de decidir sobre a ampliação das investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobrás proposta pelo PT, é uma manobra claramente procrastinatória destinada, com o incentivo do Palácio do Planalto, a diluir o impacto do escândalo da Refinaria de Pasadena, que, graças às trapalhadas de Dilma Rousseff, acabou criando riscos para o projeto petista de perpetuação no poder. Trata-se de mais uma chicana política dentre as muitas do amplo repertório de que o notório presidente do Senado se vale para levar vantagem em barganhas com o Executivo.
Há nesse episódio, porém, algo muito mais grave do que a cumplicidade de Renan Calheiros com o Palácio do Planalto para transformar em pizza as investigações parlamentares sobre a Petrobrás. É a constatação de que o presidente da Câmara Alta não hesita, por um lado, em desmoralizar o instituto da CPI, poderoso instrumento de que os congressistas - em especial a minoria - dispõem para cumprir com eficiência sua missão constitucional de fiscalizar o Poder Executivo. E, por outro lado, Renan submete mais uma vez a Casa a que preside ao vexatório exercício de se prostrar diante do Executivo.
Existe ainda nessa tramoia uma terceira e mais grave ameaça às instituições democráticas. Se de acordo com a esdrúxula interpretação de Renan Calheiros de que uma CPI sirva para tudo, menos para investigar a fundo assuntos que incomodam um governo que disponha de base parlamentar majoritária, está aberto o caminho para que seja vedado à minoria o direito - mais do que isso, a obrigação constitucional - de controlar os eventuais excessos da maioria e dos outros Poderes. Um direito e uma obrigação, aliás, que são garantidos à minoria pela Carta Magna quando estabelece que uma CPI pode ser convocada por apenas um terço dos senadores ou deputados federais, em suas Casas ou no Congresso Nacional. Há também no texto constitucional, bem como na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), outras salvaguardas a esse direito da minoria.
Coadjuvantes da farsa, parlamentares governistas tentam, com argumentos falaciosos, criar confusão em torno do objetivo da CPI da Petrobrás, que, de acordo com a lei, deve ser a investigação de "fato determinado". No caso, a controvertida compra da Refinaria de Pasadena, no Texas. "Já que vamos investigar a Petrobrás, por que não investigar também outros casos suspeitos?", pergunta o senador petista Humberto Costa (PE). "Desejamos apenas ampliar o debate", tergiversa Gleisi Hoffmann (PT-PR).
Ora, se o PT quer exercer o legítimo direito de investigar as denúncias de corrupção no Metrô ou eventuais irregularidades no porto pernambucano de Suape, dispõe de maioria mais do que suficiente no Senado e na Câmara para criar uma CPI para cada um desses "fatos determinados". Quem é que poderia se opor a isso? Mas transformar a investigação sobre a Petrobrás num "combo" é um deboche que só pode desmoralizar o Congresso.
Além da proposta de CPI da Petrobrás apresentada pela oposição no Senado, à qual o PT adicionou a possibilidade de ampliar a investigação para abranger os casos de São Paulo e Pernambuco, e que nessa condição será avaliada pela CCJ a pedido de Calheiros, há ainda mais duas propostas, apresentadas na Câmara, uma pelos governistas e outra pela oposição, de formação de comissões mistas de senadores e deputados, dedicadas também à Petrobrás.
Em resumo: já que o escândalo que paira sobre a maior empresa brasileira não sai das manchetes, armam-se esquemas ardilosos para dar à opinião pública a impressão de que a base governista desenvolve corajoso combate à corrupção, estando, no entanto, tudo armado para que qualquer CPI que venha a se instalar para investigar a Petrobrás termine em pizza. E o pior é que esse atentado à integridade institucional do Parlamento não está sendo perpetrado pelo Executivo - que apenas o inspira. Sujam suas mãos membros do Poder cujas prerrogativas democráticas deveriam proteger.



sábado, 5 de abril de 2014

Do lobisomem a lenda urbana da gerentona



Lobisomens, vampiros, assombrações e mulas sem cabeça podem ter apavorado muita gente durante séculos, mas a nenhuma dessas figuras foi atribuído um desastre econômico. Nem mesmo a personagem histórica de Vlad III, príncipe da Valáquia, também conhecido como conde Drácula, o Empalador, foi associada ao descalabro fiscal, à estagnação produtiva, a um surto inflacionário ou à demolição de alguma empresa estatal. Ao contrário: era respeitado pela devoção à sua terra, pela coragem e pela severidade na punição dos crimes cometidos por seus, digamos, companheiros. Muito natural, portanto, ver o mundo mais uma vez curvar-se diante do Brasil, primeira economia, e das grandes, submetida a demolição por uma personagem lendária, a administradora Dilma Rousseff, às vezes descrita como gerentona.
O criador dessa lenda pode ter sido um gozador, mas a piada foi levada a sério por uma porção de incautos e até espalhada como verdade por muitos meios de comunicação. Os fatos claramente negaram o mito nos últimos três anos e três meses. Ainda continuam negando, a cada nova revelação sobre as consequências da política econômica - as perdas da Eletrobrás e da Petrobrás, por exemplo, e os estragos no Tesouro. O espetáculo poderia até ser engraçado, mas tem custado bilhões e ninguém sabe quanto ainda poderá custar.
A persistência da inflação, uma das derrotas mais notáveis da política econômica, virou assunto de um complexo estudo comparativo divulgado nesta semana pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). O trabalho inclui a análise de números de 26 países com regime de metas. O tema é especialmente importante, informa-se logo na apresentação, porque a persistência eleva o custo, em termos de produto, do esforço para levar a inflação até a meta.
Em outros países, incluídos vários emergentes, a alta de preços arrefeceu e os repiques se tornaram menos fortes depois de implantado o regime. O Brasil tem sido uma exceção e o trabalho é encerrado com a indicação de algumas explicações possíveis. Uma delas é a permanência de uma forte indexação. Outra hipótese aponta para uma baixa confiança dos participantes do mercado na eficácia da política monetária - ou na disposição das autoridades monetárias responder adequadamente aos choques de preços. Uma resposta forte é indispensável para conter os efeitos de segundo round desses choques e limitar, portanto, seus desdobramentos.
O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, chamou a atenção precisamente para essa função da política, ao mencionar, em depoimento no Senado há poucos dias, o choque dos preços agrícolas e a necessidade de restringir seus efeitos ao curto prazo. O aumento de juros anunciado na quarta-feira, depois da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), deve ser parte desse esforço. Mas esse foi o nono aumento a partir de abril de 2013 e, até agora, o remédio parece ter sido insuficiente - mesmo levando em conta o efeito retardado da política de juros. De toda forma, o longo período de afrouxamento da política monetária, entre o fim de agosto de 2011 e abril do ano passado facilitou o recrudescimento da inflação. Mas a presidente Dilma Rousseff encontrou nessa política uma chance para se vangloriar de haver derrubado os juros no Brasil. Foi mais um numa longa série de erros.
O relaxamento dos juros foi apenas um dos equívocos da política anti-inflacionária. Os demais foram cometidos sem a participação do BC. O novo prejuízo da Eletrobrás, R$ 6,3 bilhões em 2o13, é mais uma consequência da administração tsunâmica implantada pela presidente Dilma Rousseff no governo federal. A contenção de tarifas imposta às empresas de eletricidade custou e continua custando um dinheirão ao Tesouro e às empresas do setor.
Os R$ 8 bilhões previstos no Orçamento da União para compensar as empresas serão insuficientes e será necessário levantar dinheiro de outras fontes. Além disso, será preciso elevar os preços para os consumidores nos próximos dois anos, porque o represamento das tarifas serviu somente para maquiar a inflação e apenas multiplicou os problemas. O aumento das contas em 2015 deverá ficar entre 8% e 9%, segundo noticiou o Estado.
Não está clara, no entanto, a arrumação necessária para compensar o estrago acumulado. Falta levar em conta, entre outros, um detalhe publicado na sexta-feira pelo Valor. Segundo cálculo apresentado por dois minoritários do Conselho de Administração da Eletrobrás, a empresa deixou de arrecadar R$ 19 bilhões em 2013. A perda resultou do esquema imposto pelo governo em dezembro de 2012, quando foram definidas as normas para renovação das concessões.
No caso da Petrobrás, ainda falta uma boa estimativa dos danos acumulados na gestão petista. A lista dos erros é enorme e inclui a compra das instalações de Pasadena, a construção da refinaria Abreu e Lima e as perdas causadas pelo controle de preços, mas esta lista é provavelmente muito incompleta. Uma boa CPI poderia ajudar no esclarecimento das perdas e de como ocorreram, mas o governo tem feito - e deverá fazer - um enorme esforço para impedir a elucidação de uma das histórias mais escandalosas da política brasileira.
Incompetência é apenas parte da explicação do desastre das estatais, do estrago nas contas públicas, da persistência da inflação, da estagnação econômica e dos erros cometidos na política industrial. A gestão de baixa qualidade reflete igualmente uma certa forma de ocupação da máquina governamental. O PT ocupou, loteou e usou o governo, em seus vários níveis, como se, por direito de conquista, se houvesse apropriado legitimamente desse aparelho. Se nada mais puderem fazer, os cidadãos inconformados talvez possam ainda recorrer a um expediente: perguntar se a tão falada função social da propriedade vale também para a máquina transformada em patrimônio privado pelo grupo instalado no poder.

Jornalista